sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Após a estréia, o suspiro de alívio e a saudade que já batia

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O grupo estava ansioso. Era, afinal, o final de um ano de trabalho com essa equipe e, o final de dois anos de trabalho do nosso diretor. Um processo cheio de encontros, descobertas, aparação de arestas, aprendizados... técnicos, subjetivos, de convivência, de ser artista, de ser um grupo. Paciência e honestidade dos envolvidos nesse percurso... inicia-se agora uma nova etapa do trabalho.
Começa a entrar o público, todos, os seis, posicionados e atentos. Cada um na sua função, na certeza de termos um ao outro e buscando não esquecer a confiança em nós que trabalhamos tanto para estar em cena.
Últimas instruções para as estrelas da cena: uma coisa de cada vez e ninguém sabe mais que vocês o que fazer e como encaminhar os possíveis erros. E... “divirtam-se”. Alex sempre diz isso. Isso é para lembrar-nos que escolhemos fazer arte. Estar em cena porque somos artistas, pessoas cuja subjetividade dialoga com o outro, com o mundo, compartilhando momentos de gozo estético.
Elas (as meninas*) se sentem umas as outras por todos os sentidos. Pela pele, pela respiração, pelo movimento do corpo.
O público ri e isso nos faz ri na cabine de som e luz. E se olhar.
A reação das pessoas, não somente de riso, mas explicitamente envolvidas com o nosso espetáculo gera nas meninas a realização de um espetáculo mais forte e tecnicamente bem excecutado que em todos os ensaios. É a troca. O gosto de compartilhar-se pela arte.
A casa lotou. Outros tiveram que voltar. Uma estréia sem contratempos. Nesse grupo, procuramos estar atentos para os aprendizados com os nossos erros, com os nossos fracassos. Mas na estréia perdemos essa oportunidade. Foi tudo perfeito! E lá fomos nós embora do teatro. Cheios de vontade de continuar e com a certeza de que temos muito a fazer... e que bom que esse muito a fazer é com essas pessoas... Jaqueline, Alex, Rhaisa, Juliano e Elisza.

*as meninas: atrizes competentes e meninas-mulheres particulamente de beleza exuberante (e sensíveis e inteligentes e por vezes irritantes).

Carol Holanda

Carta da Assistente de direção do espetáculo Só Serei Flor Quando Tu Flores sobre a estréia do mesmo. Mais apresentações deste espetáculo estão previstas para o mês de maio no Teatro da UBRO.

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